terça-feira, 15 de maio de 2012

1ª Oficina - 10 de Maio de 2012 - CEMITÉRIO DOS PRETOS NOVOS




No dia 10 de maio realizamos a primeira oficina do projeto Discutindo a África na Sala de Aula; O cemitério dos pretos novos: morte e sepultamento de escravos recém-chegados da África, ministrada pelo Prof. Dr. Julio Cesar Medeiros Pereira.  
O pesquisador esclareceu pontos muito importantes sobre o tráfico atlântico de escravos, desde o comércio nos portos africanos até à chegada ao Rio de Janeiro, enfatizando o tema de sua pesquisa: a formação e dinâmica do cemitério dos pretos novos, onde eram sepultados os africanos mortos ao chegar no cais do Valongo.
O cemitério era um símbolo do descaso e violência da escravidão: centenas de corpos eram despejados sem nenhum cuidado em valas coletivas, deixados “à flor da terra”, onde qualquer chuva deixava às vistas os cadáveres, insepultos e privados de quaisquer rituais fúnebres. Descasos inadmissíveis tanto para aqueles que partilhavam das crenças religiosas africanas, como para as práticas católicas disseminadas no Brasil à época.
As pesquisas do historiador Júlio Cesar de Medeiros são de grande importância para o entendimento da dinâmica do mercado do Valongo, um tema em voga na atualidade devido às iniciativas de revitalização da zona portuária da cidade. Este interessante trabalho lhe rendeu o Prêmio Afonso Carlos Marques dos Santos do Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro, além da publicação do livro A Flor da Terra: O Cemitério dos Pretos Novos do Rio de Janeiro, pela editora Garamond.

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